A Justiça da França divulgou nesta quinta-feira
(26), dois dias depois da tragédia com o avião da Germanwings, que o copiloto
da empresa estava sozinho na cabine quando a aeronave foi derrubada e que ele
teria se recusado a abrir a porta para a volta do tripulante, conforme
registros de áudios analisados.
Sistemas que travam a porta da cabine de
aviões existem desde a década de 1980, mas depois dos ataques de 11 de
setembro, a FAA, agência dos Estados Unidos responsável pela aviação civil,
intensificou as regras de proteção dos pilotos, alvos dos atentados de 2001.
Na época, quem conduzia os quatro aviões
sequestrados por terroristas foram rendidos e as aeronaves redirecionadas para
alvos como o World Trade Center e o Pentágono.
Para evitar novos casos, a indústria da
aviação fez grandes investimentos e aumentou a segurança do tráfego aéreo,
incluindo o reforço na proteção das cabines.
No caso do modelo A320 da Airbus, foi
implantada uma tecnologia que permite a abertura da porta apenas por quem
estivesse na área ocupada por piloto e copiloto.
Um botão no painel aciona a porta após a
requisição e identificação de quem estiver pedindo do lado de fora, como
membros da tripulação.
Normalmente, a chamada é feita por
interfones e o piloto consegue checar por vídeo quem pede ou por uma abertura
existente na porta, o chamado “olho mágico”.
Código de segurança
Para os casos em que o piloto ou copiloto se
ausente do cockpit, um código de segurança pode ser digitado para que a porta
destrave e ele retorne ao local. É necessário que quem estiver na cabine
destrave a entrada mediante verificação do código correto.
Um vídeo divulgado pela Airbus (veja no
início da reportagem) mostra um membro da tripulação digitando a senha. Porém,
essa sequência numérica é informada exclusivamente a quem irá pilotar a
aeronave.
Mas o acesso à cabine ainda pode ser evitado
se o piloto determinar que proteger o controle da aeronave é a prioridade.
Basta acionar um botão para o modo lock
(como se pode ver na foto acima). Quando isso acontece, o código de segurança
deixa de funcionar e a cabine se torna um dos lugares mais seguros da aeronave.
O presidente da companhia aérea Lufthansa,
proprietária da Germannwings, confirmou a existência dessa tecnologia.
“Se um dos pilotos deixa a cabine, é
possível chamar do lado de fora. O piloto pode olhar e ver quem quer entrar e
você pode abrir a porta, controlada eletronicamente. Temos procedimentos - se o
piloto saiu e o que ficou dentro está inconsciente, há um código que pode ser
utilizado. Há um barulho dentro da cabine, e se ninguém abrir, a porta se abre
eletronicamente. Mas a pessoa que está do lado de dentro pode impedir que a
porta se abra”, disse Carsten Spohr, nesta quinta.
Em casos de falhas elétricas na aeronave, a
porta é desbloqueada automaticamente, mas permanece fechada.
Retirado (no dia 26/03/2015) de: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/03/cabines-de-avioes-sao-travadas-desde-atentados-de-11-de-setembro.html



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