Uma
torre de mais de 300 metros está sendo construída no coração da Amazônia. Ela
será responsável por coletar dados sobre a quantidade de dióxido de carbono
processado pela floresta amazônica e também analisar o impacto das mudanças
climáticas na região. O projeto é uma parceria do Instituto Nacional de
Pesquisas na Amazônia (INPA) e o Instituto Max Planck, da Alemanha.
Chamada
de torre ATTO (Observatório de Torre Alta da Amazônia, em tradução do inglês),
o projeto é baseado em uma outra torre similar, erguida há alguns anos na
floresta boreal siberiana, outro ponto de grande concentração de gás carbônico
na vegetação. Ambas as torres devem trazer uma medição mais precisa de quanto
carbono essas florestas “respiram” anualmente.
Porém,
isso não é tudo, já que, para garantir a longevidade da pesquisa, os cientistas
brasileiros propuseram melhorias ao projeto realizado na Sibéria. A torre ATTO,
medindo 325 metros, deve monitorar initerruptamente, durante 20 a 30 anos, as
interações entre atmosfera e floresta, usando para isso instrumentos de alta
tecnologia. Serão medidas trocas gasosas e reações químicas no ar, além de análises
de dados sobre calor, umidade e formação de nuvens.
Quando
estiver pronto, o observatório deverá ser o mais completo do tipo no mundo.
“Pretendemos, em longo prazo, medir os efeitos das mudanças climáticas globais
na região amazônica, por meio das medições das interações entre a atmosfera e a
biosfera. Com isso, a torre se tornará referência mundial em pesquisas sobre
florestas tropicais úmidas”, comentou Antonio Manzi, do INPA.
Caminho
difícil
O projeto
de cooperação científica teve um investimento total de R$ 20 milhões, dos quais
apenas R$ 7,5 milhões foram destinados à construção da torre e compra de
materiais. A maior parte do dinheiro foi usada para implantar uma
infraestrutura no local, a fim de viabilizar o projeto, da manutenção de
trilhas e estradas até a criação de um alojamento para os pesquisadores.
Só com
uma certa melhoria do acesso à região o projeto pôde ser levado à frente. A San
Engenharia, do Paraná, foi a escolhida para ser responsável pela obra, que
começou efetivamente no último dia 16 de agosto. Antes disso foi preciso levar
todo o material de Curitiba até São Sebastião do Uatumã, no Amazonas.
“Tivemos
que vencer uma logística impressionante, pois tivemos que trazer as peças da
torre por estrada e por rio até a Reserva do Uatumã. Fora isso, tivemos também
as dificuldades de transporte dentro da reserva, pois a estrada estava
intrafegável por conta da chuva”, conta Sérgio Alves do Nascimento,
representante da empresa.
Quatro
torres menores, de 80 metros, deverão ser construídas ao redor do observatório,
para ajudar nas análises das medições feitas pela ATTO. A previsão de entrega
do projeto, que se iniciou em 2007, é em novembro deste ano.
Retirado
de (16/09): http://www.tecmundo.com.br/pesquisa/63129-brasil-constroi-torre-gigante-amazonia-medir-alteracoes-climaticas.htm




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