Cientista: Carl Sagan

Carl Sagan
Carl Edward Sagan, nasceu na cidade de Nova York em 9 de novembro de 1934 sendo filho de Rachel e Samuel Sagan (Um alfaiate oriundo da Rússia). Desde a infância se interessou pelo céu e pela astronomia, para a felicidade de seus pais logo procurou por livros se informando na biblioteca mais próxima de sua casa, essa "incursão" abriu as portas da ciência e do conhecimento para o jovem Sagan.
Carl Sagan (junto com Einstein) é considerado o cientista mais popular do século XX, isso se deve ao seu estilo de propagar o conhecimento científico, ele explana sobre complexos temas científicos de um modo simples e inteligível sem menosprezar a capacidade de compreensão do seu público, geralmente o leitor. Isso ficava evidente em suas palestras dirigida ao público em geral, em seus livros científicos e até em seu modo de conversar.
Sagan lembra que uma de suas melhores experiências foi quando ele tinha quatro ou cinco anos de idade, e os seus pais o levaram para a 1939 World's Fair (Feira Mundial de 1939), em Nova Iorque. As exposições desta feira tornaram-se um marco em sua vida. Ele recordou mais tarde sobre ter visto lá uma exposição chamada "America of Tomorrow" (América do Amanhã): O mapa continha belas estradas e alguns poucos carros da General Motors, todas as pessoas caminhando, e ao fundo vários arranha-céus, edifícios lindos, segundo ele, aquele momento estava ótimo! Em outras exposições, lembrou-se de ter visto uma lanterna brilhar em uma célula fotoelétrica. Ele também testemunhou a tecnologia do futuro da mídia que iria substituir o rádio: A televisão! Sagan escreveu:
Claramente, o homem realizou maravilhas de um modo que eu nunca tinha imaginado. Como poderia um tom tornar-se uma imagem e luz tornar-se um ruído?
Ele também conta que viu um dos eventos mais divulgados da feira, o enterro de uma cápsula do tempo em Flushing Meadows, que continha algumas lembranças da década de 1930 para serem recuperadas por descendentes dos humanos em um futuro milênio. "As cápsulas do tempo sempre excitaram Carl" escreve o biógrafo Keay Davidson. Quando adulto Sagan e seus colegas criaram algumas cápsulas do tempo similares, mas estas foram enviadas para o espaço. Estas cápsulas citadas são a placa Pioneer e o Voyager Golden Record, que foram produto da experiência de Sagan na exposição.
Segunda Guerra Mundial
Durante a Segunda Guerra Mundial, sua família estava preocupada com o destino de seus parentes europeus. Na época, Sagan, entretanto, geralmente desconhecia os detalhes da guerra que estava em curso. Ele escreve: "Claro, tínhamos parentes que foram capturados pelo Holocausto. Hitler de fato não era uma pessoa bem-vinda em nossa casa... Mas por outro lado, eu era bastante isolado dos horrores da guerra". Sua irmã, Carol, disse que sua mãe "acima de tudo queria proteger Carl..." A vida dela estava extraordinariamente difícil lidando com a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto.
No livro de Sagan, "The Demon-Haunted World" (O mundo assombrado pelos demônios), de 1996, é incluso suas memórias deste período em conflito, período quando sua família lidava com as realidades da guerra na Europa, mas também tentava impedi-lo simultaneamente de perturbar seu espírito otimista.
Realizações científicas
As contribuições de Sagan foram vitais para o descobrimento das altas temperaturas superficiais do planeta Vênus. No início da década de 60, a ciência nada sabia sobre quais eram as condições básicas da superfície deste planeta, e Sagan enumerou as possibilidades em um artigo que posteriormente foi divulgado em um livro da Time intitulado Planetas. Em sua opinião, Vênus era um planeta seco e muito quente em oposição ao paraíso temperado que outros haviam imaginado. Sagan investigou as emissões de rádio provenientes de Vênus e chegou à conclusão de que a temperatura superficial deste planeta deveria ser aproximadamente 500 °C. Como cientista visitante do Jet Propulsion Laboratory da NASA, participou das primeiras missões do programa Mariner à Vênus, trabalhando com o desenho e gestão do projeto. Em 1962, a sonda Mariner 2 confirmou suas conclusões sobre as condições superficiais do planeta.
Carl Sagan foi um dos primeiros a idealizar a hipótese de que uma das luas de Saturno, Titã, poderia abrigar oceanos de compostos líquidos em sua superfície, e que uma das luas de Júpiter, Europa, poderia abrigar oceanos de água subterrâneos, isto faria com que Europa fosse potencialmente habitável por formas de vida. O oceano de água subterrâneo de Europa foi posteriormente confirmado de forma indireta pela sonda espacial Galileu. O mistério da névoa avermelhada de Titã também foi resolvido com a ajuda de Sagan, cuja explicação foi que a névoa existia devido às moléculas orgânicas complexas em constante chuva na superfície da lua saturniana.
Sagan também contribuiu para o melhor entendimento das atmosferas de Vênus e Júpiter e das mudanças sazonais em Marte. Sagan determinou que a atmosfera de Vênus é extremamente quente e densa com pressões que aumentam gradualmente até a superfície do planeta. Também notou o aquecimento global como um perigo crescente de origem humana e comparou com a evolução natural de Vênus, cujo efeito estufa o tornou descontroladamente quente e impróprio para a vida. Sagan e seu colega da Universidade Cornell, Edwin Ernest Salpeter, especularam sobre a possibilidade da existência de vida nas nuvens de Júpiter, dada a composição da densa atmosfera do planeta, rica em moléculas orgânicas. Sagan também estudou as variações de cor na superfície de Marte e concluiu que não se tratavam de vegetações, ou devido as mudanças sazonais como muitos acreditavam, mas sim ao deslocamento de poeira da superfície causados por tempestades.
No entanto, Sagan é mais conhecido por suas pesquisas sobre a possibilidade de vida extraterrestre, incluindo a demonstração experimental da produção de aminoácidos por radiação e a partir de reações químicas básicas.
Em 1994, Sagan recebeu a Medalha Bem-Estar Público, a maior condecoração da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos por suas distintas contribuições para a aplicação da ciência e para o bem-estar da humanidade. Diz-se que lhe foi negado o ingresso à academia porque sua atividade havia gerado impopularidade ante outros cientistas.
Em suma, Carl Sagan teve um papel significativo no programa espacial americano desde o seu início. Foi consultor e conselheiro da NASA desde os anos 1950, trabalhou com os astronautas do Projeto Apollo antes de suas idas à Lua, e chefiou os projetos da Mariner e Viking, pioneiras na exploração do sistema solar que permitiram obter importantes informações sobre Vênus e Marte. Participou também das missões Voyager e da sonda Galileu. Foi decisivo na explicação do efeito estufa em Vênus e o descobrimento das altas temperaturas do planeta, na explicação das mudanças sazonais da atmosfera de Marte e na descoberta das moléculas orgânicas em Titã, satélite de Saturno. Ele também foi um dos maiores divulgadores da ciência de todos os tempos ao apresentar a série Cosmos em 1980.
Pálido ponto azul
No dia 14 de fevereiro de 1990, tendo completado sua missão primordial, foi enviado um comando a Voyager 1 para se virar e tirar fotografias dos planetas que havia visitado. A NASA havia feito uma compilação de cerca de 60 imagens criando neste evento único um mosaico do Sistema Solar. Uma imagem que retornou da Voyager era a Terra, a 6,4 bilhões de quilômetros de distância, mostrando-a como um "pálido ponto azul" na granulada imagem.
Numa conferência em 11 de Maio de 1996, Sagan falou dos seus pensamentos sobre a histórica fotografia:
“Olhem de novo para esse ponto. Isso é a nossa casa, isso somos nós. Nele, todos os quem amamos, todos os quem conhecemos, qualquer um dos que escutamos falar, cada ser humano que existiu, viveu a sua vida aqui. O agregado da nossa alegria e nosso sofrimento, milhares de religiões autênticas, ideologias e doutrinas econômicas, cada caçador e coletor, cada herói e covarde, cada criador e destruidor de civilização, cada rei e camponês, cada casal de namorados, cada mãe e pai, criança cheia de esperança, inventor e explorador, cada mestre de ética, cada político corrupto, cada superestrela, cada líder supremo, cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu aí, num grão de pó suspenso num raio de sol. A Terra é um cenário muito pequeno numa vasta arena cósmica. Pensai nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, na sua glória e triunfo, vieram eles ser amos momentâneos duma fração desse ponto. Pensai nas crueldades sem fim infligidas pelos moradores dum canto deste pixel aos quase indistinguíveis moradores dalgum outro canto, quão frequentes as suas incompreensões, quão ávidos de se matar uns aos outros, quão veementes os seus ódios. As nossas exageradas atitudes, a nossa suposta auto-importância, a ilusão de termos qualquer posição de privilégio no Universo, são reptadas por este pontinho de luz frouxa. O nosso planeta é um grão solitário na grande e envolvente escuridão cósmica. Na nossa obscuridade, em toda esta vastidão, não há indícios de que vá chegar ajuda de algures para nos salvar de nós próprios. A Terra é o único mundo conhecido até agora para abrigar a vida. Não há outro lugar, pelo menos em um futuro próximo, para onde nossa espécie possa migrar. Visitar, sim... Se estabelecer, ainda não. Gostando ou não, por enquanto, a Terra é onde temos de ficar. Tem-se falado da astronomia como uma experiência criadora de firmeza e humildade. Não há, talvez, melhor demonstração das tolas e vãs soberbas humanas do que esta distante imagem do nosso miúdo mundo. ‘Para mim, ela sublinha a responsabilidade de tratarmos melhor uns aos outros, e para protegermos e acarinharmos o ponto azul pálido, o único lar que temos conhecimento’ ”.

Existe até uma tirinha com esse texto de Sagan, que pode ser vista com uma boa qualidade neste link.


Retirado de:


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